"Eu quero um pacto com a simplicidade. Limpar os desejos ocultos. Eu quero ser analfabeta das miudezas, dos disse-que-disse. Meus bolsos, meus bolsos se desfazem das pedras de uma vida inteira carregadas pro vôo das jóias."

Maísa Picasso

25.8.07

Quando li Pessoa pela primeira vez não entendia porque tanto descaso sobre os mistérios da vida.Caeiro me parecia tão comum e tão patético em negar a busca do homem por respostas. Essa inquietação humana tão natural de entendimento e procura.
Tão igual eu me via interrogando filosofia, psicologia, pedagogia, sociologia, física quântica... Eram tantas ciências e lacunas que achei e perdi. Cansada, depois me fui em busca de trocas mais irracionais e nas religiões transcendia.Tantas e tão poucas acreditei, movi, inquiri, me achei.
Uma busca incansável, inesgotável me exauria. O que me parece, hoje em dia, era quão comum fui e Caeiro tão certo e único.
Que a busca continua, é a verdade. E os hiatos são cada vez maiores. Há quem vá atrás das realizações humanas. De artefatos mais complexos para fazer-nos mais simples. Tem quem colecione perguntas e avolume incertezas a ponto de já ser impossível acreditar.
Hoje, revejo meus passos e nunca vi uma poética mais linda que a dele. De quem não faz perguntas e vive como quem espera resposta. Que a filosofia mais bela é a dos sentidos. E belo era tudo quão suspenso o fizesse... E nisso me parece uma boa vida. Que me faz esvaziar e voar longe.

2 comentários:

Anônimo disse...

Obrigadinha, minha linda poetisa! Mais lindo que isso aqui, s� dois disso aqui!

Anônimo disse...

Saudades suas, Mai!
Suas e do nosso cineminha. =/

Como está Pablito? Nunca mais falei com ele...

=**