"Eu quero um pacto com a simplicidade. Limpar os desejos ocultos. Eu quero ser analfabeta das miudezas, dos disse-que-disse. Meus bolsos, meus bolsos se desfazem das pedras de uma vida inteira carregadas pro vôo das jóias."

Maísa Picasso

12.11.10

Sabe uma recordação que gosto de ter? Do filme Piratas do Caribe III. Quando o marujo do barco de Davy Jones, pai de Orlando Bloom ou Will Turner, passa a ser parte do barco, com o passar do tempo. Eu penso que essa verdade é similar a dezenas de coisas que vivemos na vida. Tantas bobagens que passamos a acreditar como verdadeiras, essenciais e necessárias, e viram parte. É preciso bastante força para arrancar essas ervas daninhas da vida da gente, para deixar a gente enxergar. Semelhante a vizinha que vigiava a outra de sua janela da cozinha e comentava, dia após dia, como as roupas do varal da outra eram tão sujas. Decerto não percebeu que era seu o vidro que precisava de limpeza. Gosto de pensar que enxergamos o que tem em nós. Que tudo muda universos em outra perspectiva, em outro tempo. Que o mesmo filme, que o mesmo personagem, pai de Will Turner, pode ser como quando nós nos unimos em um com o que acreditamos ou aceitamos em nossas vidas. Penso que o bem, o amor e a divindade são boas embarcações para sermos parte da tripulação, da força elementar do mar. Não é mesmo?

2 comentários:

Pablo Carvalho disse...

Precisamente, amor. Partes ativas e conscientes de uma divindade tão completa quanto poderosa, englobando toda a realidade, tudo o que somos, todas as dimensões, tudo o que pode ser criado, imaginado, concebido. Part of the crew, part of the ship.

Amanda Julieta disse...

É uma delícia passar aqui e tomar uma injeção de Maísa. Isso sempre torna o meu dia melhor.

O amor sempre nos salvará da vida.
Um beijo, Mai.