"Eu quero um pacto com a simplicidade. Limpar os desejos ocultos. Eu quero ser analfabeta das miudezas, dos disse-que-disse. Meus bolsos, meus bolsos se desfazem das pedras de uma vida inteira carregadas pro vôo das jóias."

Maísa Picasso

1.9.07

Chegança



Mesmo que eu desapareça,
ainda assim, eu pareceria grande.
Que do meu peito embalo conto,
narrar-se apenas.
E de meus modos
desfaço e apronto
recrio e existo,
ora perdido, ora encanto.

E se meus medos rebeldes parecem tantos,
olho-os com maternal cuidado.
Que no mesmo mar que navego aprumo,
no mesmo mar, no entanto.
Eu canto nessa romagem

ora partida, ora chegança.
Que meu peito sussurra noite,
e meu canto é feito neblina.
Um não ser findo.
Um quase sempre,
quase alma.
Foto: educandos de Fotografia da Oi Kabum Escola de Arte e Tecnologia, projeto da Cipó Comunicação Interativa

7 comentários:

Anônimo disse...

oi Mai!

adorei o final:
"e meu canto é feito neblina.Um não ser findo.Um quase sempre,quase alma"

Eu adoro neblina, tenho lembranças muito boas qdo penso nela.

bjs
;-)

Grazzi Yatña disse...

Um quase sonho..

Gostei muito!
Um cheiro!

Pablo Carvalho disse...

Hoje eu li Fabrício Carpinejar e lembrei de você. Da poesia dele eu puxei a sua. Ele falando de realidades; você, de sonhos. E eu, eu lembrando da gente, pés no chão, cabeça nas nuvens e coração no universo. Te amo, pequena. Toda a saudade do mundo precisamente.

Anônimo disse...

Mai.. lindo o post!

Eu de volta aos comentários.. e sim.. mudei de esconderijo!!
Vá sempre lá...

bjos

Anônimo disse...

adorei a cara nova do blog, com suas fotos.
passei pra dizer "beijo" e obrigada por todas as coisas deliciosas que vc escreve por aqui.

um chêro!

Moca

Anônimo disse...

Eu amei o final ... adoro neblina, me traz boas recordações.
Saudade moça!

;-)
beijo

#robson barboza# disse...

por mais que tentem nunca conseguirão acabar com a essência de um ser. perdoe minha longa ausência, formam os pesadelos diurnos.beijo")