Ultimamente tenho feito menos música e mais sombra.
Revi o filme A casa dos espíritos
E achei graça que não costumamos ver
tantas idades de um mesmo personagem,
Em uma mesma história.
É fácil nos identificarmos com jovens donos do mundo e de seu tempo.
Muito longe de quando são retratados envelhecidos,
Filete de toda energia que possuiram.
Sinto que a vida me trata com carinho.
Ela me esculpe abstrata e inspiradora com as mãos.
E ao sinal do mínimo desvio,
É toda uma revolução do mundo para me trazer de volta.
Quando era pequena, gostava de apreciar
Uns quadros antigos na parede da Fazenda.
Eram casas à beira do lago, moinhos
E cachorros brancos correndo.
Eu pensava que a vida deveria ser deste jeito.
Que o céu de Baleia é cheios de preás.
E o meu jardim secreto tem crianças e bichos,
Flores e árvores, balanço e pessoas amadas.
Acho que tenho um defeito.
Meus sonhos viram realidade ao avesso.
Eu os desejo e acredito tanto,
E com força tamanha, que se transformam
Em realidade apenas no meu mundo.
E ao meu modo, escrevo tantas histórias
Paralelas. Acredito e desacredito, burlo e reescrevo.
Mas nem todos os véus se levantam na madrugada.
E no fim sou só eu e os meus sonhos.
Rodopio, giro, revolvo, balanço, modifico.
Soçobro ao infinito.
Destranco o portão e saio à relva.
Plenitude.
Ainda me lembro do barulinho bom de tocar piano.
2 comentários:
Te amo muito. Sem blábláblá...
Oi, Mai.
Sou chegada a um blá blá blá.
risos
E em versos.
E nas histórias cheias de meiguices que sempre leio aqui.
Beijos.
P.S. Casa dos espíritos é um filme lindo. Sou doida pra ler o livro.
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