Têm momentos que são de uma magia incrível. E aquele dia foi assim. Me adiantei em levantar que estava próximo do ponto de descer do ônibus. Foi quando ouvi as gargalhadas de uma menina de uns cinco anos. Ela ria muito a medida que uma outra criança mexia na bolsa em formato de cachorro no colo dela. O movimento fazia roçar as plumas sintéticas do bicho na pele da menina. Mais tarde notei que ela não enxergava e a cena me pareceu ainda mais pueril.
Foi no mesmo instante que notei dois adolescentes vestidos de boom imobiliário esperando o sinal abrir para distribuir panfletos, segurar placas...Dividiam um fone de ouvido, cantavam e dançavam durante os minutos em que não eram ignorados por vidros elétricos, caras feias e celulares com fone de ouvido e microfones.
Na mesma calçada, meninas que vendiam jornais trocavam figurinhas com os do imóveis e os dos automobilísticos. Eles só te pagam isso? Dá nem pra comprar uma avon. Tou pensando em ir no calçadão da fama sábado, você vai? (Leia-se ir a praça de roupa nova, cabelo alisado e descer com a mão no tabaco, que por sua vez entende-se quebrar até de manhã ou até arrumar um parceiro noturno).
Uma placa enorme presa nas costas de uma moça vestida de rosa me puxou de volta ao ônibus. A jovem de mochila de placa mais barato mais barato Extra distribuia as promoções da semana do mercado às pessoas do busão. Engraçado, que o contrário dos meninos que rebolavam na calçada qualquer melodia apropriada aos seus gostos, as pessoas abriam as janelas do ônibus e sorriam em troca do papel como serviço prestado. A alma da jovem de rosa ficava leve e a menina cega sorria ainda mais: Hum...é papel, né, mamãe? Enquanto pegava surpresa o novo presente do dia vindo misteriosamente de qualquer lugar mágico e caindo em seu colo. Só um panfletinho miúdo e um universo de mistérios escondidos nas dobras do papel que a menina enxergava.
Na mesma calçada, meninas que vendiam jornais trocavam figurinhas com os do imóveis e os dos automobilísticos. Eles só te pagam isso? Dá nem pra comprar uma avon. Tou pensando em ir no calçadão da fama sábado, você vai? (Leia-se ir a praça de roupa nova, cabelo alisado e descer com a mão no tabaco, que por sua vez entende-se quebrar até de manhã ou até arrumar um parceiro noturno).
Uma placa enorme presa nas costas de uma moça vestida de rosa me puxou de volta ao ônibus. A jovem de mochila de placa mais barato mais barato Extra distribuia as promoções da semana do mercado às pessoas do busão. Engraçado, que o contrário dos meninos que rebolavam na calçada qualquer melodia apropriada aos seus gostos, as pessoas abriam as janelas do ônibus e sorriam em troca do papel como serviço prestado. A alma da jovem de rosa ficava leve e a menina cega sorria ainda mais: Hum...é papel, né, mamãe? Enquanto pegava surpresa o novo presente do dia vindo misteriosamente de qualquer lugar mágico e caindo em seu colo. Só um panfletinho miúdo e um universo de mistérios escondidos nas dobras do papel que a menina enxergava.
7 comentários:
Sim, amor, as delícias do cotidiano nos espaços que a vida permite e esconde dos nossos olhos. Aprendendo a ver o que está lá, e ninguém mais vê. Crescendo em releituras e sentidos na riqueza que o dia generosamente nos oferta sempre e sempre. Assim é fácil amar o mundo, pequena. Assim é fácil entender o in-con-di-cio-nal...
Quanta coisa passa despercebida diante dos nossos olhos,né,Mai?
A TchaMaísa já fez seu papel mágico em minha vida.
Lindo texto!
Abraço de quebrar os ossos,
Amandita.
Mai lindona... claro que sei quem vc é... a doce Mai do meu amiigo querido Pablito! :)
Obrigada pelo comentário lá no blog bolsinha...
Delícia seus textos também!
Beijo enorme!
Juju :)
ce´st la vie ma belle.")bjo
Revolução dos fãs de Mai Picasso:
Queremos ler você, minha escrevedora!
Cheiro fungado,
Amandita
Cadê você??
Beijo e maravilhoso 2009!!
Mai*
Muito Lindo...perfeitoooo...
se as pessoas enchegassem a vida do jeito em q a senhora encherga...a mesma teria um novo Rumo e uma nova hstória para contar!
Te Amo!
Saudades!
=D
Postar um comentário