"Eu quero um pacto com a simplicidade. Limpar os desejos ocultos. Eu quero ser analfabeta das miudezas, dos disse-que-disse. Meus bolsos, meus bolsos se desfazem das pedras de uma vida inteira carregadas pro vôo das jóias."

Maísa Picasso

26.7.12

Balanço

Há um balanço no jardim de meu sonhos
Que contraria todas as leis por ser leve e velho
Descalço.
E canta quando balança.
De lá para cá, de cá para lá.
Ponta a outra de mim.
É amigo do vento e faz festa sem convite
e nós dois nos rimos em cumplicidade
vagarosamente, desperdício de felicidade.
Estico a ponta dos meus pés na água,
balanço idéias no coração,
resmungos na fonte da meninice,
cabelo ao vento, alma sossegada.
Gira, roda-viva do mundo,
deixa meu rosto assim a mostra,
pras carícias do tempo, em refresco,
dar pausas pra meu sorriso.
E todo peso da humanidade
é pétala assoprada
e assim, sem dor,
contrariada, deixa o homem partir,
fica só a alma.


poema antigo que escrevi. 
ô lindeza ♥

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