"Eu quero um pacto com a simplicidade. Limpar os desejos ocultos. Eu quero ser analfabeta das miudezas, dos disse-que-disse. Meus bolsos, meus bolsos se desfazem das pedras de uma vida inteira carregadas pro vôo das jóias."

Maísa Picasso

18.5.06

Em alto mar


Nas investidas da vida, certas vezes, temos a impressão de que viver é ato exímio de caminhar sob águas.Dado a tantos desacertos e investidas. Mas é aí mesmo, apesar dessa figura simbólica tão complexa que é o mar, aí mesmo, bem rente à calmarias e ondas gigantes, travessias e velas, que decido aportar: bem no centro, em alto mar.

Desde os tempos que iniciam tudo, desde as mitologias e cânticos dos homens,
que o símbolo aqui lembrado é descrito, narrado e cantado, seja em épicos, dramas e liras.

Pode-se dizer do mar instabilidade, que é imprevisível.
Pode-se narrar seu lado destruidor .
Ou ainda ver o materno, já que conduz à vida.
Conta-se no senso-comum que o mar é ainda destino e fim de águas correntes e vivas.

Aqui, eu o relembro em todos estas arestas cíclicas : travessia, princípio e fim.Que é o mesmo da vida em todos os sentidos, da beleza à dor em idênticas proporções .Que é o mesmo do amor. Que é o mesmo da conquista de si próprio.

E bem no meio-dia, nas metades: um eixo. Um centro. Um si-mesmo, um self.
É o meu porto: bem Em alto mar.

Mai*

Um comentário:

Lidiane disse...

Ma, e, somos filhas do mar.
Das águas.
Do mundo.
Coloridas de verdes e azuis.

Beijos